Qual é o pior Tsunami de todos os tempos?
On Janeiro 12, 2022 by adminNa manhã de 26 de dezembro de 2004, um terremoto submarino com magnitude de pelo menos 9,1 ocorreu no Oceano Índico, próximo à costa da Indonésia. Este não foi um terremoto comum, mas foi um que, devido à sua localização no oceano, criaria uma série dos tsunamis mais devastadores da história moderna, destruindo porções maciças da costa do Oceano Índico e deixando 14 países devastados na sua esteira.
Embora não seja o maior tsunami já registrado (esse título vai para o tsunami de 1958 na baía de Lituya, que atingiu mais de 1.700 pés de altura), a pura devastação causada pelo tsunami de 2004 no Oceano Índico faz dele o pior tsunami de todos os tempos. No seu rastro, as assustadoras ondas deixaram apenas desgraça e ruína, juntamente com lições de como se recuperar de uma situação tão desesperadora e evitar que ela volte a acontecer.
Por falta de um sistema internacional para alertar o público sobre os tsunamis no Oceano Índico, a maioria das vítimas desconhecia o perigo que se aproximava, até que se chocou com a costa. As ondas devastadoras atingiram pela primeira vez a Índia, Tailândia, Malásia e Indonésia. Os quatro países receberam o peso do tsunami, estando posicionados perto do terremoto. A Indonésia foi a mais atingida, com mais da metade das 230.000 mortes estimadas ocorrendo em suas margens.
Horas depois, países ao longo da costa leste da África, como África do Sul, Madagascar, Somália e Quênia, foram atingidos por tsunamis menores, resultantes do mesmo terremoto. Embora as baixas fossem menores, os países menos desenvolvidos foram os mais atingidos, porque tinham pouca infra-estrutura para protegê-los das tempestades e poucos sistemas de resposta disponíveis.
Em áreas como a Somália, a recuperação foi lenta devido a um governo aleijado e a altos índices de pobreza. Muitos cidadãos foram deixados à sua sorte após o desastre. O maior problema na África Oriental foi os danos às infra-estruturas, que estavam subdesenvolvidas em lugares como a Somália, levando a um grande deslocamento de cidadãos. Contudo, a questão importante aqui não é apenas: “Qual é o pior tsunami de sempre?”, mas também: “Como o mundo se recuperou?”
Como em muitas catástrofes, a desolação causada pelo tsunami de 2004 foi imediatamente enfrentada pelo melhor que a humanidade tem a oferecer. A resposta ao desastre foi sem precedentes, com mais de 6 bilhões de dólares em ajuda humanitária enviada para os 15 países afetados de todo o mundo. Grande parte disso foi para financiar abrigo imediato e alimentos para os deslocados, melhorar os sistemas de saúde para diminuir a probabilidade de propagação da doença, revitalizar as economias afetadas e melhorar a infra-estrutura. Embora tenha sido uma grande tragédia, o tsunami de 2004 provou ser um exemplo de como a ajuda humanitária bem utilizada pode mudar o mundo, com muitas áreas afetadas mostrando poucos vestígios do desastre até 2009.
No rescaldo do desastre, os especialistas se perguntavam por que o tsunami no Oceano Índico havia sido devastador de forma única. Foi em grande parte devido à falta de um sistema de alerta internacional que monitorasse o Oceano Índico, deixando a maioria das vítimas com pouco tempo para evacuar. Foi essa falta de preparação que levou ao desenvolvimento de um sistema internacional de alerta no início de 2005, criado por Smith Dharmasaroja, o cientista ridicularizado que previu com precisão o tsunami com uma década de antecedência e advertiu que a falta de um mecanismo de alerta poderia aumentar as baixas.
A área que melhor encapsula tanto o desespero quanto o triunfo do tsunami no Oceano Índico é Banda Aceh, capital da província de Aceh, localizada na ilha de Sumatra, na Indonésia. No rescaldo do tsunami, Aceh foi devastada. Muito poucas casas ficaram, tendo a maioria sido varrida pela onda maciça. O rio que atravessava a cidade era quase irreconhecível devido às imensas inundações que tinham ocorrido.
E, no entanto, apesar desta devastação, Banda Aceh foi novamente construída numa cidade florescente, quase incomparável com o seu estado no rescaldo imediato da tragédia. A cidade não é apenas um monumento à devastação causada pelo pior tsunami de todos os tempos, mas também ao árduo trabalho e humanitarismo que ajudou os necessitados e permitiu a recuperação do mundo.
– Shane Summers
Foto: Flickr
Deixe uma resposta